
III Congresso Mineiro de Psiquiatria – Lutas Antimanicomiais: A Humanização do Tratamento nas Clínicas Psiquiátricas (1979)
Nas últimas décadas, agravou-se uma crise, no sistema psiquiátrico brasileiro, que é invisível aos olhos de muitos. O número de manicômios aumentou de forma intensa, tanto que a cidade de Barbacena- MG, passou a ser chamada de “Cidade dos Loucos”. Entretanto, esses ditos hospícios, são muito mais parecidos com campos de concentração do que com hospitais.
Os internos são tratados de forma absurdamente desumana, não recebendo medicações de maneira correta e com acomodações muito precárias ou inexistentes. Outro ponto, é que certas formas de tratamento extremamente invasivas e traumáticas são praticadas sem nenhuma moderação. Um exemplo dessas práticas, é a eletroconvulsoterapia (ETC), popularmente conhecida como “eletrochoques”, é feita em larga escala e com altas voltagens nos pacientes, prejudicando muito a saúde, já fragilizada, dos últimos. Muitos são levados à força para essas instituições e todos os pacientes vivem nas água da negligência.
Nesse contexto, começou a tomar forma a Reforma Psiquiátrica, movimento que se baseia principalmente em questionar, de forma incisiva, as políticas públicas de saúde mental, o modelo assistencial dos hospitais psiquiátricos e nas estratégias de exclusão praticadas por esses. Assim, há uma forte crítica ao sistema vigente de redes assistenciais que praticam internações autoritárias, e completamente arbitrárias, e à reclusão completa do doente mental. Com todo esse clima de insatisfação, está sendo organizado o III Congresso Mineiro de Psiquiatria que reunirá diversos profissionais da saúde mental e da imprensa, no final desse ano de 1979, para discutir as maiores problemáticas do sistema psiquiátrico, não só de Minas Gerais, mas do Brasil.

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